Nutrólogo orienta como emagrecer de forma saudável e sustentada

Perder peso não é o mesmo que emagrecer. Para obter resultados de forma sustentada, com ganho de qualidade de vida, não basta aderir à dieta da moda ou simplesmente eliminar um ou outro alimento do prato – é necessário ir além. Segundo o nutrólogo Eduardo Rauen, tudo passa por três palavras que representam uma nova postura diante da própria vida: mudança de hábito.

“Essa é a forma mais eficaz de emagrecer. A dieta você começa e acaba, mas se voltar ao que fazia antes, já sabe o resultado: engordará novamente. Se você está acima do peso e procurou um profissional porque considera que algo está errado, não adianta fazer dieta e voltar ao que fazia. Você tem que estar preparado para fazer uma mudança na sua vida, e isso, sim, se mantém”.

Ponderou Dr. Eduardo, em entrevista ao site da revista Veja.

Para o especialista, a balança deve ser a menor das preocupações de quem deseja verdadeiramente emagrecer.
“Nós, médicos, não pensamos muito no peso, e sim na composição corporal, porque emagrecer é perder gordura. É o que acontece com essas ‘dietas malucas’: as pessoas fecham a boca, sem um controle adequado do equilíbrio alimentar, e perdem peso na balança. Mas será que elas emagreceram ou perderam músculo, com aumento da porcentagem de gordura?”, questionou.
A composição corporal leva em conta questões como o índice de massa corpórea (IMC), obtido pela divisão da massa do indivíduo (em quilogramas) pelo quadrado de sua altura (em metros); gordura e massa magra, entre outras. Para Dr. Eduardo, se o médico possui, em seu consultório, balança para medição de composição corporal, o paciente deve abandonar o hábito de se pesar constantemente em outros locais.
“É perigoso [se pesar todo dia], porque, muitas vezes, gera frustração. Por exemplo, a pessoa sai do médico com uma orientação nutricional bem adequada, com treinamento, contrata um personal e, um mês depois, vê que está com o mesmo peso. Atrapalhou [se pesar], porque aquela pessoa pode ter ganhado músculo e perdido gordura, mas, na cabeça dela, não emagreceu nada. Mais importante do que a balança na sua casa é a sua calça. O melhor parâmetro não é a balança nem o peso, mas sim as medidas”, orientou.
Apesar de indesejados, os “quilinhos a mais” são um importante sinal de alerta, observa o médico.
“Existem pessoas que ‘bebem todas’, comem tudo errado e são magrinhas. Mas são saudáveis? São aquelas pessoas magras que têm derrame ou infarto, cuja coronária está toda entupida, e elas não tiveram esse alerta [do ganho de peso]. Engordar significa que é necessário se adequar, comer certo. O magro que come bem é saudável”, ressaltou.

O papel da atividade física

Na entrevista à Veja, Dr. Eduardo também falou sobre dietas que prometem resultados rápidos – mais especificamente, a low carb, em que se restringem os carboidratos. Embora, na visão do médico, não seja uma técnica de emagrecimento, e sim de perda de peso, a dieta pode ser um estímulo inicial para pessoas obesas iniciarem um tratamento de longo prazo.
“Quando você diminui o carboidrato, entra em cetose [estado metabólico no qual o organismo utiliza, prioritariamente, gordura como fonte de energia, em vez de glicose], isso diminui a fome, a pessoa acaba comendo menos e emagrece. Às vezes, é importante essa perda de peso rápida para a pessoa se sentir melhor, mais leve. A autoestima melhora, e a pessoa consegue entrar com uma mudança no estilo de vida, como começar uma atividade física”, explicou.
Além de nutrólogo, Dr. Eduardo é médico do exercício e do esporte, com serviços prestados a vários clubes do Brasil (Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo e outros) e do exterior, bem como professor da Pós-Graduação em Exercício e do Esporte do Instituto HZM. O especialista considera a prática de atividade física essencial para o emagrecimento, mas faz um alerta: exercícios aumentam a fome.
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“É possível emagrecer treinando ou comendo menos. Se controlar a ingesta [conjunto de alimentos ingeridos], garanto que a pessoa emagrece. Se só aumentar o exercício e não controlar a ingesta, pode ser que gaste mais calorias, mas acabe comendo mais, aí não perderá peso”, salientou.
O médico também destacou a função preventiva da atividade física:
“Além de doenças cardiovasculares, como infarto e hipertensão, o exercício protege contra câncer de pâncreas, intestino, fígado, próstata. Podemos comer menos e emagrecer, mas o exercício não pode ficar de lado, porque tem outras funções. O segredo do emagrecimento é mudar o hábito, e mudar o hábito significa acertar a alimentação e fazer atividade fí